terça-feira, 7 de novembro de 2006

A HISTÓRIA...

Os mais esquecidos ou os mais novos, perguntar-se-ão:
-Afinal, quem é esse tal Calabote de quem tanto se fala?!!!
E perguntam ainda o significado do termo calabotice, criado pelos dirigentes do F.C.Porto.
A mim, ninguém contou nada. Nem é necessário. Assisti!!!
Nem admito que me enfiem histórias, qual delas a mais disparatada, em defesa do árbitro (corrupto) que o nome ao meu blogue!...
Num longínquo domingo à tarde, assisti (do outro lado da barricada clubística)... à angústia dos portistas, agarrados, em grupo, ao rádio trazido de casa para a rua, aos últimos momentos dialacerantes, relatados, salvo erro, pelo Amadeu José de Freitas e pelo Artur Agostinho, do Benfica,7- Cuf do Barreiro,1.
Para já, apenas uma certeza: o Porto ganhara por 3-0 em Tores Vedras e o jogo terminara.
A outra certeza: O José Águas era o vencedor da Bola de Prata.
Ao Benfica faltava, apenas, um golo para ser campeão.
Antes de mais, convém informar que estava a nascer o Clube do Governo.
O Benfica havia-se tornado no clube do Estado Novo e era por este apadrinhado, contra tudo e contra todos.
É lamentável que os agitadores comunistas (jornalistas pseudo-revolucionários) da época, alguns, em boa hora deportados para o Tarrafal e fundadores do jornal desportivo A Bola, nunca (nem os seus apaniguadores)... até hoje o tenham reconhecido (!).
O F.C.do Porto eram os Andrades, com todo o estigma da ponte da Arrábida.
Dizia-se que, mal a percorriam para sul, já iam a perder.
Quanto ao Sporting, esses aristocratas, já tinham tido o seu reinado. Agora, acabara-se tudo!
Para aqueles que gostam de estatísticas, contabilizem os títulos do Sporting e do F.C.do Porto até 1959.
Façam um (entre aspas) até 1974.
Vejam o que aconteceu após o 25 de Abril!...
E agora, vamos voltar a "rever" a História:
Domingo, 22 de Março de 1959
Última Jornada do Campeonato Nacional
Torriense,0 -F.C.Porto,3
Benfica,7 - CUF,1
«A bem da nação»... Era um domingo especial. O país parou para ouvir, em cadeia, os relatos da rádio: em casa, nas tabernas, nas ruas, nos bancos dos jardins.
O Campeonato Nacional da IDivisão da época 1958-59 vivia, nesse dia, a sua última jornada.
E que jornada!
Benfica e Porto, empatados em pontos....
E, nos jogos disputados entre si, eram os únicos candidatos ao título.
A separá-los, na corrida, apenas uma diferença de 4 golos favorável aos «azuis e brancos»:
(78-22 doPorto contra 71-19 do Benfica).
Para se tornarem campeões, os «encarnados» teriam de ganhar o último encontro por uma vantagem superior em quatro golos àquela que os portistas conseguissem.
O Benfica recebia na Luz, com casa cheia, o Desportivo da CUF, do Barreiro.
O Porto enfrentava o Torreense, em Torres Vedras, a transbordar.
A expectativa era tanto maior quanto se sabia que CUF e Torreense, estavam em riscos de descer de divisão (como acabaria por acontecer, face às derrotas que sofreram nesse dia).
Portanto, iriam fazer a vida negra aos seus adversários.
Os jogadores destes dois clubes tinham mesmo prémios especiais (e secretos) para o caso de conseguirem travar os dois grandes.
E QUEM ERA O ÁRBITRO INDICADO PARA A TAREFA DA LUZ?!!!
Por muito que custe aos babados milhões e tais... de adeptos do SLB, começa, a partir daqui, a maior vigarice continuada até aos dias de hoje, da maior vergonha instalada no desporto nacional.
Os historiadores desportivos não podem esquecer este facto!!!
Inocêncio João Teixeira Calabote,
árbitro da Comissão Distrital de Évora, foi escolhido para apitar o Benfica-CUF. Considerado e premiado pela Comissão Central de Árbitros, «pelo Desporto e a Bem da Nação», como o melhor árbitro da época 1952-53.
Indicado à FIFA como árbitro internacional (distinção que voltaria a merecer em 1956-57);
Apontado, pelo próprio presidente da Comissão Central, na altura Filipe Gameiro Pereira, como «do melhor que tem passado pelo sector da arbitragem», numa entrevista concedida ao jornal «A Bola» em 26 de Março de 1955.
E havia razões de sobra para escolher um juiz com o perfil de «honrado» e de «independente» como o de Inocêncio Calabote para arbitrar esse Benfica-CUF de 1959.
É que ao longo da época, em particular durante a segunda volta, os «encarnados» tinham acumulado múltiplas razões de queixa contra as autoridades responsáveis pelo futebol.
A primeira grande injustiça de que o clube da Luz se sentiu vítima, nessa época, girou em torno de um castigo de cinco jogos de suspensão aplicado a Chino, o influente extremo-direito da equipa. Quando a pena estava praticamente cumprida, o castigo foi reduzido para um jogo apenas!
Jornadas mais tarde, depois de um protesto do Belenenses referente a um jogo com o Benfica ter sido aceite pelas autoridades federativas (primeiro por ter sido negado aos homens da Cruz de Cristo um golo directo conseguido na marcação de um canto e depois pela barreira defensiva dos encarnados se ter alegadamente mexido antes de Matateu, a estrela da equipa, apontar um golo de livre), o clube da Luz viu o jogo de repetição ser marcado para a quinta-feira anterior à partida decisiva com a CUF.
Por fim, o encontro que os «encarnados» disputaram em Alvalade, na penúltima jornada, no domingo anterior, ficara marcado por cenas de autêntico pugilato, que fizeram com que a equipa terminasse a partida com apenas nove jogadores, por expulsão de Ângelo e lesão de Artur.
Estádio da Luz à cunha.
A equipa de arbitragem - Inocêncio Calabote foi auxiliado por Madeira da Rocha e por Manuel Fortunato - foi a primeira a entrar em campo, uns cinco minutos antes da hora prevista para o início dapartida, seguida, nos minutos seguintes, pela turma do Barreiro.
Os responsáveis «encarnados» admitem que atrasaram o mais possível a entrada da sua equipa no relvado, de forma a poderem beneficiar do conhecimento do resultado em Torres Vedras.
«Faltariam aproximadamente dois minutos para as quinze horas quando entrou a equipa do Benfica», declararia, mais tarde, Manuel Fortunato, um dos fiscais de linha, no âmbito do processo disciplinar que viria a custar a irradiação de Inocêncio Calabote, mais de 20 anos depois dos «bons serviços» que, unanimemente, prestou à arbitragem.
«Havia numerosos fotógrafos dentro do campo para fotografar a equipa. Isto deu lugar a uma certa demora, tendo o árbitro procurado que os fotógrafos abandonassem o campo. Isto fez com que o jogo principiasse uns três minutos, aproximadamente, depois das quinze horas», adiantou o auxiliar.
Apesar do esforço dos homens do Barreiro, a primeira parte correu de feição para as aspirações do Benfica, que chegou ao intervalo a vencer por 4-0.
Aos 58 minutos de jogo, o cufista Quaresma reduziu para 5-1, colocando assim o FC do Porto em vantagem.
Mas o Benfica, em tarde inspirada, não tardaria afazer os 6-1.
Os últimos minutos foram «dramáticos» nos dois campos.
Primeiro, na Luz, Mendes fazia os 7-1, dando o título ao Benfica.
Depois, em Torres, Noé marcava o segundo golo do Porto, empatando de novo a contenda entre os dois grandes.
E, a vinte segundos do final desta partida, Teixeira elevava a marca para 3-0, colocando a faixa de campeão ao peito dos «azuis e brancos».
Na Luz, os «encarnados» deram tudo por tudo ao longo dos seis derradeiros minutos da partida (dez, com os descontos) mas não conseguiram voltar amarcar.
Por um só golo (81-22 contra 78-20), o FC do Porto, na altura treinado por Bela Guttmann sagrava-se campeão nacional.
«Na manhã seguinte, em Évora, preenchi o relatório do jogo, que mandei para a Comissão.
Tinha assinalado três penaltis e expulsado três jogadores da CUF.
Creio que não houve mais nada de especial a registar.»
Isto pensava ele, na sua inocência de Inocêncio puro, longe ainda de saber, como viria a apurar mais tarde, quantas coincidências nefastas se não podem cruzar no caminho dos inocentes.
«Em 58-59, a presidência da Comissão Central de Árbitros, por força da rotatividade do cargo ou de qualquer coisa no género, foi parar às mãos do Belenenses, então um dos quatro grandes, na pessoa do dr. Coelho da Fonseca.
«Um belo dia, o presidente anterior veio a Évora avisar-me : "Você ponha-se a pau, que a Comissão que entrou vem com intenções de o irradiar", disse-me ele, o Gameiro Pereira. Queriam vingar-se. Alegavam, depois do tal Benfica-CUF, má-fé minha no preenchimento do relatório do jogo - que teria começado não sei quantos minutos depois da hora, que teria tido um intervalo maior que o devido e um prolongamento excessivo também -, o dr. Coelho da Fonseca abriu-me um inquérito e não descansou enquanto não conseguiu que me fosse aplicada apena de irradiação da arbitragem.
Ao fim de 22 anos de bons e leais serviços, conseguiram pôr-me na rua alegando um pretenso erro meu de cronometragem.
E se escrevi no relatório que prolonguei a partida durante quatro ou cinco minutos foi porque entendi que o devia ter feito e porque foi esse o tempo que o meu relógio realmente marcou.
E qual é o relógio que conta?»
Depois de mais de 20 anos dedicados à causa da arbitragem, Inocêncio Calabote viu-se irradiado por um pretenso erro de meia dúzia de minutos.
«Não, nunca ninguém me acusou de suborno, de comprado ou de coisa no género, que nunca ninguém encontrou matéria para tal.
Aplicaram-me a pena máxima só porque o meu relógio, pretensamente, não tinha o rigor de um cronómetro acima de qualquer suspeita.»
E repete-se inocente, Inocêncio João Teixeira Calabote. Sem esperança nos homens, até que o esquecimento o liberte.
AINDA hoje, quase 40 anos depois dos acontecimentos que viriam a marcar, de forma tão dramática, a sua vida, Inocêncio Calabote experimenta, mesmo sem querer, sentimentos contraditórios em relação ao que então se passou: por um lado, gostaria de poder esquecer, de ter artes para varrer tudo da memória e deixar a cabeça limpa, como uma casa arrumada, como se nada, alguma vez, tivesse realmente sucedido; por outro, a «injustiça» que lhe fizeram foi tão grande, tão violenta que o próprio corpo ainda agora se lhe arrepia todo sempre que, quando menos o espera, o fluir do sangue lhe traz de volta ao coração o sabor amargo do desamor dos homens.
«Nunca mais fui a um estádio, não sou capaz. Gosto de ver o futebol na televisão. Mas, depois, vou-me deitar, e a cabeça não pára, só quando consigo adormecer.»
REPARARM: 3 PENALTIES E TRÊS EXPULSÕES!!!!!!!
(com a ajuda de: Azulao)

5 comentários:

Anónimo disse...

Isto é mesmo huistórico.
Assim ficamos a conhecer melhor os factos.
Sempre ouvia falar em calabote, mas não sabia ao certo o que isso era.
Agora com este blogue fiquei a conhecer um pouco mais da história.
Obrigado.

Anónimo disse...

O ÁRBITRO CALABOTE
Aqui deixo um pouco de história sobre o árbitro Calabote, que alguns senhores gosta de falar para dizer mal,
e não sabem o que dizem

O ÁRBITRO CALABOTE

Uma mentira dita mil vezes não passa a ser verdade. Nos últimos dias, a tentação de ir ao baú da História para tentar explicar o presente, fez ressuscitar um nome: Inocêncio Calabote. Quem o fez não conhece a história, nem tem tempo para essas minudências do estudo e da investigação séria e rigorosa.

Tocou de ouvido e, como é natural, espalhou-se ao comprido. O presidente do SC Braga, é dele que falamos, arrisca-se a entrar no anedotário nacional ao desajeitadamente nem o nome do antigo árbitro ter conseguido proferir com exactidão. Quem lhe terá encomendado tal tarefa?

As gerações mais novas nunca ouviram falar de Inocêncio Calabote. Não será por isso António Salvador a fazer o papel de “historiador”, que, como o próprio denuncia sempre que abre a boca, não lhe encaixa no perfil.
A bem da seriedade de procedimentos e da honestidade intelectual, solicito a todos que embarquemos numa rápida mas elucidativa, esclarecedora e pedagógica viagem na máquina do tempo.

Recuemos a 1958/59. O campeonato estava ao rubro e o Benfica e o FC Porto chegavam à última jornada empatados em pontos. Os adversários eram a Cuf, no Estádio da Luz, e o Torreense, em Torres Vedras.

O FC Porto levava vantagem de 4 golos, na fórmula de desempate, entre golos marcados e golos sofridos. Era esta décalage que o Benfica tinha de ultrapassar para ser campeão. Sem imagens televisivas, foi através da rádio que se seguiram as peripécias em ambos os campos.

Na Luz, o Benfica entrou em campo 6 minutos depois das 15, hora de início do encontro, para tomar conhecimento prévio do resultado de Torres Vedras. Um estratagema muito recentemente utilizado noutros campos do país. Pelo facto, o clube foi multado.

Com 90 minutos cumpridos e 7-1 no marcador, Inocêncio Calabote prolongou o jogo por mais 4 minutos, devido a perdas de tempo de jogadores da Cuf, (os guarda-redes, por exemplo, nessa época podiam recrear-se com a bola na sua grande área o tempo que quisessem). Como termo de comparação, lembremo-nos que o árbitro Luís Reforço, no recente jogo FC Porto – Trofense, resolveu prolongar o jogo por 7 minutos. E quem não se lembra de um tal de Isidoro Rodrigues, que em 2001/2002, num Varzim – Benfica, prolongou o jogo 10 minutos para que os poveiros empatassem?

Voltemos a 1959. Com os jogos terminados, 7-1, na Luz, e 0-3, em Torres Vedras, o FC Porto acabou por se sagrar campeão com … 1 golo de vantagem. O curioso é que os testemunhos orais foram reescrevendo esta “estória”, tentando esconder alguns pormenores que fazem toda a diferença.

Calabote, que foi irradiado (sendo o primeiro árbitro a sofrer tal punição) já cá não está para se defender, mas é preciso que a História o reabilite e lhe faça justiça. Quanto mais não seja porque nunca viajou para o Brasil a custas de um clube de futebol, como Carlos Calheiros, nem fugiu a sete pés, em pleno relvado, de onze jogadores de um clube, o FC Porto, como José Pratas, nem atentou contra a verdade desportiva, como Martins dos Santos ou Jacinto Paixão.

Anónimo disse...

O que tem sido escondido conta-se em poucas palavras. O Benfica marcou o seu sétimo e último golo aos 38 minutos da segunda parte, ou seja, 7 minutos antes do apito final (sem os descontos). Qual o árbitro que em 7 minutos não encontraria forma de beneficiar uma equipa com mais um golo? Inocêncio Calabote teria muito a aprender com alguns dos senhores que já citei.

Mas escondido tem sido, também, o que se passou no jogo de Torres Vedras. Ali, o FC Porto ganhava apenas por uma bola a dois minutos do fim, o que daria o título ao Benfica. Entretanto, marcou o segundo golo, o que também não chegava para ser campeão, mas a 20 segundos do final, Teixeira marcou o terceiro golo do FC Porto, que com isso arrecadou o título de campeão.

Mas houve mais, em Torres Vedras. O FC Porto fez 0-1 quando o Torreense jogava com menos um jogador, por lesão. A partir dos 20 minutos da segunda parte, o Torreense estava só com 10, por expulsão de Manuel Carlos, e viu ainda outro jogador expulso após o 0-2, por pontapear a bola para longe. O 0-3 é sofrido com apenas 9 jogadores em campo. Não foi de estranhar, por isso, que a arbitragem de Francisco Guiomar tenha sido muito contestada pelos locais. Mas disso, não rezou a história. Por enquanto ou ate os filhos da puta dos osgas e dos porkos dizerem as VERDADES ..

Esta sim a VERDADE...

Anónimo disse...

ou como os gatunos do lumiarqueriam ROUBAR mais uma vez o S.L.BENFICA !
o golo do GLORIOSO e irregular não e !

E ENTÃO O GOLO DOS OSGAS DO LUMIAR E O QUÊ !

DEPOIS BEM DEPOIS CINCO MARRETAS DOS LAGARTOS PELA SEGUNDA VEZ NEM PENALTIS SABEM MARCAR !!!

O QUIM DEFENDEU TRÊS O RESTO SÃO UNS PORKOS UNS JAVARDOS A FALAR DE INVEJA DO MAIOR CLUBE PORTUGUES O RESTO SÃO UMAS EGUAS A ZURRAR DESABRIDAS DE CIO...

Seismilhoesum disse...

História ABSOLUTAMENTE mal contada. O Benfica foi prejudicado ao longo de todo o ano, o Porto passou para a frente do Benfica, em goal-average após ter dado 7-0... AO BELENENSES!!!!! Finalmente, no jogo do Benfica, nos últimos dez minutos de jogo, o Coluna cai na grande área e o Calabote NÃO CONCEDEU o penalti que daria o título ao Benfica!!!!! Entretanto, no Torriense, o Porto marcou o golo do título quando o adversário estava reduzido a NOVE elementos!!!!!!! Ide para o caralinho.